Café da Palha...

De ambiente tranquilo, e com o Tejo já ali a dois passos, a noite começava a prometer. O “Café da Palha”, era o restaurante escolhido.
A música quase inaudível, mas presente, uma televisão a passar fashion tv, uma decoração a puxar ao “moderno” e simples, muito na onda “clean”.
A ementa não muito variada, meia dúzia de pratos de carne e mais alguns de peixe, algumas sobremesas e uma carta de vinhos pouco ambiciosa.
Para entrada, nada de especial, um pãozinho “plástico” acabado de tirar do forno, com uma manteiguinha a derreter tranquilamente sobre as ondas de calor do miolo. Um queijo de mistura, fraquinho de aspecto com “farinhento” escrito nos poros, e umas azeitonas normalmente temperadas.
Para prato principal, um bife de lombo grelhado com molho de queijo rockford. O bife era tenro, de boa qualidade com uma óptima textura e consistência se bem que muito mal passado. O molho, pouco cuidado, quiçá básico, não passava de uma porção de rockford a banhar parte do bife, que impotente se viu e desejou para se fazer sentir. A acompanhar, uma garrafinha de borbulhante agua fresca, para abrir os sabores, até porque a saladinha simples e “escondida” assim como as batatas salteadas, não estiveram a altura da ocasião. Fica também um outro detalhe menos simpático, o facto de ninguém ter questionado o cliente, de como gostaria do seu bife, bem, mal ou medianamente passado…as vezes pode fazer toda a diferença.
Para a sobremesa, “o melhor bolo de chocolate do mundo”, esse conhecido bolo de chocolate de uma não menos famosa pastelaria, com o mesmo nome, em Campo de Ourique, que faz as delicias de quem o come, provocando mesmo, um estado de amnésia temporária, fazendo esquecer tudo o que se tinha ingerido até ao momento…seria esse o plano?
O cafezito da Lavazza, que mantém sempre um bom registo, forte e encorpado.
E para terminar… a conta. Vinte euros, números redondos, que não seriam despropositado, pelo espaço e local, assim a comida cumprisse as premissas a que se propunha aquando da leitura da carta.