Horta dos Brunos...

Em plena zona da Estefânia Lisboeta, no enfiamento do jardim Cesário Verde, fui reencontrar um restaurante, do qual assisti a abertura. Na altura, não tinha ficado com grande impressão, mas como todas as grandes casas, o inicio é sempre o mais complicado. Assim sendo, voltei lá…
…a entrada faz-se de forma apertada, devido a exiguidade da mesma, mas o solicito dono do restaurante, o “Chef”, logo nos vêm perguntar se já temos reserva, se já estacionamos o carro, se queremos beber alguma coisa enquanto aguardamos mesa…enfim, cheio de vontade de agradar.
O ambiente e decoração são uma mistura pouco harmoniosa de restaurante típico, com uma pincelada de cervejaria/casa de petiscos, tendo ainda, um subtil toque de modernidade...mas com bastante ruído de fundo, quer cromático, quer auditivo.
Para entrada, é só escolher, visto que todas vêem para a mesa, enchidos das mais variadas qualidade, grelhados ou fumados, saladas de polvo ou de ovas, pimentos padron, ovos com espargos, pastelinhos de bacalhau e rissóis acabados de fritar, favas com molho de vinagreta…enfim, uma panóplia de iguarias apetecíveis, para o mais analista dos goumet’s.
Como pratos principais, sugestão “imposta” pelo “Chef”, uma grelhada mista de carne, envolvendo uns secretos de porco preto e um bifinho do lombo de vaca, e umas pequeninas lulas grelhadas, com um molho de pimentos e chouriço, alem dos “pozinhos mágicos”, nas palavras “Chef”. Os acompanhamentos, foram os habituais, o arroz frito, muito solto, e uma fresca salada mista.
Quanto aos vinhos, a garrafeira desta casa é bem recheada, com quase todas as regiões vitiviniculas bem representadas, pelo que, um esporão reserva servido a copo, fica sempre bem, mais uma vez por “imposição” do “Chef”…
As sobremesas, bastante apetitosas, apesar de já cheio pelo repasto, foram uma fresca e espessa mousse de chocolate gelada, e um bolo de chocolate em camadas, muito ao estilo “melhor bolo de chocolate do mundo”, mas menos bom…o cafezinho fechou a refeição.
Quanto aos defeitos, deste aparentemente simpático restaurante, são vários, alguns mais graves do que outros.
Primeiro que tudo, nunca me foi apresentada uma carta, nem dos pratos disponíveis, nem dos vinhos, nem das sobremesas, nada, surge tudo por indicação do “Chef”. Se para quem vêem cansado do trabalho isso pode ser um regalo, para quem vêem apreciar uma refeição, deixa um tanto a desejar, isto claro, sem mencionar o facto de os preços do que vêem para a mesa, ser uma constante incógnita.
A incógnita desfez-se, e não foi com surpresa, mas sim com algum desconforto, que vi o valor da refeição ter atingido os 35€ por pessoa. Não me parece de todo em todo, justificável, apesar da boa confecção.
Em suma, é um restaurante recomendado, para dias de muito cansaço...